A última carta para meu poeta



São Paulo, 27 de Setembro de 2013

Passei dias me perguntando como começar essa carta. Assim como nós, ela não tem um começo, só lembranças boas jogadas pelo tempo. A ideia de escrever surgiu numa livraria, quando pela milésima vez seu livro preferido surgiu na minha frente. É, aquele que você perdeu as contas de quantas vezes me mandou ler. Mas também perdi as contas das vezes que pedi pra você escutar minha música preferida e você não escutou. Falando nela, você não sabe, mas conheci ela na mesma semana que te reencontrei. Acho que eu estava "De olho na estrada esperando você". E de certa forma, sempre estive.   

Sinto falta dessa época, sabia? De quando passavamos horas conversando besteiras, ou falando de política e da faculdade que parecia de um futuro distante. Sinto falta dos dias que meu coração quase saia pela boca, e das confissões em madrugadas tediosas na internet. Mas não sei se sinto falta de você, ou dessa época. A gente mudou demais desde tudo isso né? Mas eu amava nosso mundo paralelo, nosso universo só nosso. Aquele que só nós conhecíamos.

E cá entre nós meu poeta, não me arrependo em momento algum de ter te amado. Se eu pudesse escolher, teria escolhido você do mesmo jeito. Teria vivido tudo só pra sentir tudo isso de novo. Eu amei te amar. Perdi as contas das vezes que dormi escutando a música que me lembrava você. Das vezes que te xinguei mentalmente quando você chegava em casa de manhãzinha, quando eu nem tinha acordado direito. Mas só de te ver eu já tinha ganhado meu dia, e eu tinha motivos pra sorrir por muito tempo, sonhando com um futuro que infelizmente não veio.

Você me ensinou a ver a vida de outro jeito, mesmo sem querer. Você foi meu erro certo. Tinha que ser eu e você, num lugar estranho, no dia que nos conhecemos. Dois estranhos, num lugar estranho pros dois estranhos, que nada tinham em comum a não ser estar ali. E mesmo assim a gente se conheceu.

Eu teria esperado o tempo que fosse se eu soubesse que você estaria no final. Mas eu sei que você não está. E continuamos sendo os mesmos desconhecidos de quando nos conhecemos, continuamos em caminhos opostos.

Prometo amanhã terminar seu livro preferido. Aliás, parece que tem um pedaço seu em cada palavra. E por que ler agora, depois de tanto tempo? Acho que foi o jeito que eu encontrei de me despedir. Eu precisava fazer isso, pra começar do zero como se deve, na minha página em branco sem você no papel de mocinho da história. 

Eu estou indo em paz. E deixando o sentimento que tanto me fez bem, mas que certos dias me destruiu. Mas só se leva boas lembranças pra uma nova vida e te amar foi uma das melhores coisas que eu já senti. Você me mostrou o quanto esse mundo é grande, o quanto a gente tem coisa pra viver nessa vida, e como esse mundo é pequeno ao mesmo tempo. Que nossos pensamentos são grandes demais pra ficarem presos na nossa mente. Você me ensinou a amar. Mas eu mereço ser amada. Mereço viver a história que não vivemos.

Desejo que você viva um sentimento tão bom quanto esse que eu senti por você. 

Obrigada por tudo. Fica com Deus.

Kamila.

Um comentário:

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